Parada no tempo, a gestão do PS no Prior Velho é marcada
pelo improviso, que se pode dizer que se justificava há quase quarenta anos na
forma de gerir uma autarquia, é pela total falta de ideia ou projecto
consistente, que nos dias de hoje de enformar um projecto autárquico.
O Pior Velho, sendo uma freguesia com autonomia administrativa
relativamente recente, tem condicionantes históricos com peso e que estão na
base de muitos dos problemas existentes ainda hoje. A sua proximidade a Lisboa
tornou este espaço apetecível para a instalação de inúmeras actividades
económicas, nem sempre as mais qualificadas, e cuja inserção no território
acabou por ser feita de modo pouco planeado. A degradação do parque
habitacional, com a existência de inúmeras vilas e pátios com poucas ou
nenhumas condições de habitabilidade e a existências de significativos núcleos
de barracas, que desde os anos 60 do sex.XX marcam a fisionomia da freguesia
são a sua herança mais pesada. A Quinta da Serra é o último e paradigmático
exemplo desse passado recente, que teima em manter-se.
A possibilidade de requalificação urbana aberta pela
eliminação de muitos desses núcleos de barracas e a consequente ocupação do
espaço com novas urbanizações com planeamento, que também permitiriam a fixação
de novos residentes e por essa via uma recomposição social da freguesia, foi
completamente desperdiçada nos últimos 12 anos.
A Câmara Municipal e a Junta de Freguesia não avançaram um
passo na requalificação urbana do núcleo mais antigo e degradado da freguesia. As poucas intervenções feitas pela Junta de
Freguesia no espaço público situam-se entre o despesismo e a pura e simples falta
de bom gosto, continuando-se a fazer obras sem projecto, coerência ou o mais
que exigível enquadramento técnico e arquitectónico.
A falta de qualidade nos serviços de limpeza urbana e
manutenção de zonas verdes não encontra paralelo em mais nenhuma freguesia
deste concelho. Foram vários os serviços públicos e à comunidade que perderam
qualidade ou simplesmente deixaram de existir.
Não existe uma aferível política cultural e desportiva local
que contribuíssem para tornar o Prior Velho, mais que um dormitório, um espaço
urbano vivo, com uma nova identidade própria e que simultaneamente ajudasse a
criar laços de coesão social numa freguesia socialmente desagregada.
Por fim a Quinta da Serra, algo inaceitável no dia de hoje,
um exemplo de incúria e falta de humanismo. Nada que se consiga justificar em
pleno séc. XXI. A Câmara Municipal de Loures conseguiu provar que é possível
transformar algo mau em algo ainda pior, transformando um bairro de lata numa
inacreditável lixeira, onde ainda vivem pessoas, velhos e crianças que quotidianamente
são forçadas a conviver com as mais inqualificáveis condições.