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30 de abril de 2009

CAMINHADA EM DEFESA DO PARQUE TRANCÃO


A Câmara Municipal de Loures, de maioria PS, decidiu recentemente o fim do Parque Trancão, através de uma decisão sua que permitirá a construção nos terrenos junto à foz do Trancão. Nesta área, fora prometido, desde o início da construção da Expo 98, a criação de um parque verde com equipamentos de desporto e lazer para usufruto da população de Sacavém, garantido pelos Planos de Pormenor agora alterados. Esta decisão da Câmara Municipal de Loures, que contou com o apoio da Junta de Freguesia de Sacavém, é lesiva dos interesses da cidade. A ocupação daquela área com construção constitui um duro golpe na modernização e requalificação da cidade, acabando de vez com a expectativa de criação de uma zona de lazer e desporto, de qualidade e facilmente acessível aos habitantes de Sacavém. Com esta decisão, tomada nas costas da cidade e contra ela, a maioria socialista que governa a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia está a contribuir para a suburbanização de Sacavém e para a sua descaracterização.
Fotos da Caminhada em defesa do Parque Trancão

Candidato da CDU à Presidência da Junta de Freguesia de Sacavém









Bruno Simão
31 anos
Trabalhor por conta-própria
Deputado Municipal da CDU na Assembleia Municipal de Loures;
Eleito da CDU na Assembleia de Freguesia de Sacavém;
Membro da Direcção Concelhia de Loures do PCP;
Membro da Comissão de Freguesia do PCP em Sacavém.


Intervenção de Bruno Simão na apresentação pública realizada no passado dia 15 de Março, em Sacavém.

"A CDU apresenta hoje, o seu candidato à Presidência da Junta de Freguesia de Sacavém. Este acto, cuja relevância para a Cidade de Sacavém está já confirmada pela vossa presença, que antes de mais agradeço e registo, é a confirmação da qualidade e da importância da intervenção da CDU ao longo dos últimos anos.

Esse reconhecimento, ultrapassa já largamente as fronteiras do nosso espaço político, sendo hoje feito por muitos cidadãos interessados, que têm encontrado nas posições da CDU em Sacavém a expressão das suas próprias preocupações em relação ao presente e futuro da Cidade.

Esta abrangência tem sido para nós um factor de ânimo e mobilização, que valorizamos e que queremos cultivar.
Ao longo dos últimos 12 anos agravaram-se muitos dos problemas estruturais da Cidade.
Sacavém perdeu vida própria. O PS não apresentou solução nem inovação, para a necessária dinamização da cidade, nem para alteração positiva da imagem de Sacavém no concelho e no país. O definhamento cultural, social e económico acentuou-se. Diluiu-se o papel estratégico de Sacavém enquanto segunda cidade do Concelho de Loures e por isso mesmo, pólo necessário ao equilibrado desenvolvimento concelhio. Esta situação é o resultado de 12 anos de gestão rotineira e sem perspectiva.

Caros amigos e amigas; Estas palavras, ditas deste modo, podem parecer meros chavões eleitorais, mas elas são bem mais do que isso. Elas são a constatação que fazemos, depois de nos últimos anos, nos termos visto sempre sozinhos na defesa da Cidade. Estas palavras são o resultado de termos assistido nos últimos anos à subalternização a que os interesses da Cidade foram sujeitos, por parte daqueles que, por mandato, deveriam estar na dianteira da sua defesa.

São muitos os exemplos que sustentam estas afirmações.

- Estivemos sozinhos, ao lado de Sacavém, na denúncia da diminuição do financiamento do Governo às obras de qualificação da Cidade, no âmbito do PROQUAL, de que resultou o cancelamento de muitas das obras previstas.

- Estivemos sozinhos, ao lado de Sacavém, na denúncia da trapalhada que foi a execução da obra de recuperação da Av. Estado da Índia e das pracetas envolventes.

- Estivemos sozinhos, ao lado de Sacavém, na exigência do cumprimento da promessa de abertura de um CATUS no novo Centro de Saúde.

- Estivemos sozinhos ao lado de Sacavém, na denúncia das ilegalidades cometidas na Ribeira do Prior Velho, e das quais resultaram as cheias e consequentes prejuízos para a cidade, que todos recordamos.

- Estivemos sozinhos, ao lado da Cidade, na exigência do cumprimento das promessas de prolongamento do Metropolitano até Sacavém.

- Estivemos sozinhos, ao lado de Sacavém, na defesa da devolução do Quartel de Adidos à Cidade, e pela sua utilização como meio para a supressão de muitos dos problemas estruturais do nosso espaço urbano.

- Estivemos sozinhos, ao lado de Sacavém, na denúncia da negociata que finalmente entregou à especulação privada os terrenos do Quartel de Adidos, sem atender às necessidades da Cidade.

- Estivemos sozinhos, ao lado de Sacavém, na denúncia da recente decisão da Câmara Municipal de Loures, de pôr fim ao projectado Parque Verde e Desportivo na foz do Trancão.

Mas esta solidão, nunca foi uma verdadeira solidão, porque tivemos sempre connosco a justiça da defesa dos interesses da Cidade de Sacavém. Pelo que acreditamos que a cidade estará connosco nesta mudança. Por tudo isto; O futuro de Sacavém só pode passar por uma ruptura com a actual gestão. Aqui, como no resto do Concelho, é necessário que se opere uma mudança qualitativa nas políticas locais.O estado actual da cidade, mas sobretudo os desafios do futuro, impõem a definição de uma VIDA NOVA PARA SACAVÉM.

A cidade mudou radicalmente nos últimos anos e com essa mudança alteraram-se também as necessidades a que é preciso dar resposta. Apesar do aumento de novas urbanizações, acentuou-se o envelhecimento da população, que associado ao aumento da esperança média de vida coloca novos desafios e novas necessidades. É necessário que o planeamento da Cidade, tenha em conta essa realidade. São necessárias criatividade e iniciativa para a formação de novos serviços de apoio social e comunitário, para a requalificação do espaço urbano, no sentido do aumento da mobilidade e acessibilidade.

Este esforço implica também um reforço do DIÁLOGO, APOIO EFECTIVO E COOPERAÇÃO com as estruturas comunitárias existentes. Sacavém tornou-se um espaço ainda mais diverso na sua dimensão social, pelo que a atenção às acções de apoio à criança e à família, respondendo às necessidades dos grupos sociais em situação de vulnerabilidade, risco e exclusão social devem ocupar um local de destaque nas preocupações dos eleitos locais.

O bem-estar de cada um, e de cada grupo, é condição indispensável para o bem-estar e a segurança de todos. A cidade está suja e descuidada.A falta de qualidade ambiental, será porventura um dos maiores problemas que urge resolver. Neste caso, não só não se perspectivaram quaisquer acções de requalificação ambiental, como temos assistido a uma acentuada degradação, resultado do aumento da ineficácia dos serviços de higiene e limpeza urbana. É necessária a implementação de uma política de formação e informação ambiental, que contribua para a melhoria do desempenho ambiental dos cidadãos, para a promoção dos valores da ecologia urbana e para a formação e sensibilização das novas gerações.

Mas meus amigos e amigas; A inovação a que a CDU se propõe não passa só pela radical alteração das perspectivas que têm presidido à gestão da Cidade, nem só pela continuidade uma postura de rigor e intransigência na defesa dos interesses de Sacavém.Uma NOVA VIDA PARA SACAVÉM, passa sobretudo pelo modo como nos propomos implementar essa mudança.

Uma NOVA VIDA PARA SACAVÉM, passa pelo contributo que queremos dar à criação de uma cultura de respeito pelas diferenças e de valorização das opiniões dos cidadãos e das suas estruturas associativas.A única possibilidade de sermos bem sucedidos RESULTARÁ da nossa capacidade de envolver as populações na definição de objectivos, planeamento de acções e na sua concretização.

Assim, temos de romper em primeiro lugar com uma cultura autoritária e autoconvencida do exercício do poder na Cidade, porque nada do que aos cidadãos se destina pode ser feito contra eles ou sem eles. Há muito que quem gere os destinos de Sacavém se esqueceu, ou nunca soube, que o voto popular, não é uma delegação de poder, sendo sim um acto de confiança que obriga quem a recebe a nunca se esquecer de quem o legitimou. É pelas pessoas que aqui estamos, pelo que a nossa presença só faz sentido se elas estiverem connosco.

A política não é uma prerrogativa de iluminados. A participação dos cidadãos na definição das políticas locais, nas suas opções estratégicas nas suas prioridades de acção, é um direito que lhes assiste, sendo um dever dos seus representantes convocá-los e às suas estruturas representativas a uma participação efectiva e consequente.

Ao direito à participação, junta-se o direito à informação. Nada do que à cidade diz respeito, deve ser alheio aos seus habitantes, sendo dever da Junta de Freguesia um contínuo esforço de informação e envolvimento.

A instituição de um modelo de gestão participado pelos cidadãos e pelas suas estruturas representativas, associações e colectividades, é um compromisso que claramente aqui assumimos.

Com esta proposta, mais não fazemos, que convocar a Cidade à participação. Fazemo-lo, não apenas por convicção, mas porque conhecemos o seu valor e o dos seus habitantes, dos que aqui têm raízes fundas, e de todos os outros, que ao longo de muitos anos, vindos de longe e de perto, fizeram desta Cidade a sua casa.

É deste modo que nos apresentaremos.

Com a consciência de termos honrado os nossos compromissos e a confiança que em nós foi depositada. Com a humildade de oferecermos à cidade o melhor da nossa capacidade, criatividade e iniciativa. Com a certeza que, com a participação de todos vós, construiremos um programa de futuro e com ele uma VIDA NOVA PARA SACAVÉM.SOMOS DIFERENTES, DIZEMOS, FAZEMOS, CUMPRIMOS!

Viva a CDU
Viva Sacavém
"


Sacavém, 15.Março.2009